empreender

semana_global Num país em que a população sempre foi adestrada para desejar no máximo um bom emprego, toda ação que promova, fortaleça e encoraje a autogestão e as iniciativas pessoais (de preferência de cunho social) deve ser valorizada.

Então, aí vai uma dica: na próxima segunda-feira começa a Semana Global do Empreendedorismo, que promete acontecer simultaneamente em 60 países e só no Brasil mobilizar mais de 500 mil pessoas. O negócio é Botar pra fazer.

erga-se

Em 2000, líderes de 189 países concordaram com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, um plano global para diminuir pela metade a extrema pobreza até 2015. Mesmo assim, todo dia 50 mil pessoas morrem como resultado da extrema pobreza, e a distância entre ricos e pobres aumenta.

FAÇA SUA PARTE Pelos Objetivos do Milênio e Contra a Desigualdade, para fazer com que governos, empresas e toda a sociedade cumpram suas promessas e compartilhem a responsabilidade – isto somente acontecerá se todos assumirmos este compromisso.

O LEVANTE-SE E FAÇA SUA PARTE é uma iniciativa da Campanha do Milênio da Organização das Nações Unidas (United Nations Millennium Campaign) e da Chamada Global pela Ação contra a Pobreza (Global Call to Action against Poverty – GCAP).

Cidadão ajuda ao pedir prestação de conta

Monitorar políticas públicas e exigir que os governos prestem contas são ações importantes que a sociedade civil pode pôr em prática para ajudar a cumprir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (uma a série de metas socioeconômicas que os países da ONU se comprometeram a atingir até 2015). A avaliação é do administrador-adjunto do PNUD internacional, Ad Melkert. “Uma sociedade civil forte permite que as pessoas, inclusive as mais vulneráveis, influenciem políticas públicas de todos os níveis”, disse ele em pronunciamento oficial.

“A sociedade civil influencia governos a prestar contas moral e financeiramente. Críticas podem lembrar governantes de países em desenvolvimento ou desenvolvidos das suas promessas de reduzir pobreza e exclusão social”, exemplifica. “Muitas organizações da sociedade civil têm provado ampla capacidade de mobilização e têm criado demandas que mantêm líderes comprometidos”.

A sociedade civil, observa, pode se organizar em cooperativas, organizações não-governamentais, instituições acadêmicas e associações de mulheres, jovens ou populações tradicionais. O engajamento, porém, não se limita às organizações formais. “Inúmeras pessoas estão envolvidas em ações voluntárias que fazem grande diferença”, destaca.

“Sociedade civil pode doar seu tempo, talento, experiência ou entusiasmo para os Objetivos do Milênio. Voluntariado pode ser um canal eficiente para os indivíduos auxiliarem no desenvolvimento”, afirma. Como exemplo, ele cita o Programa de Voluntários das Nações Unidas, e afirma que a iniciativa tem cerca de 8 mil voluntários de 160 países que trabalham para auxiliar comunidades e promover iniciativas em áreas como educação, saúde e saneamento.

Além disso, a sociedade pode colaborar promovendo ou apoiando campanhas que divulguem os Objetivos do Milênio, sugere Melkert. “Em 17 de outubro do último ano, 43,7 milhões de pessoas em 127 países literalmente se levantaram contra pobreza e pelos Objetivos do Milênio, quebrando um recorde mundial”. O exemplo diz respeito ao movimento Levante-se e faça sua parte pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e contra a Desigualdade, que convidou os cidadãos a levantarem-se como forma de mostrar sua disposição de colaborar com as metas da ONU.

Fonte: PNUD

a construção do novo homem

Os genes vão ficar em segundo plano na palestra de terça-feira (01/04) que dá seqüência à programação cultural paralela à exposição Revolução Genômica, em cartaz no Pavilhão Armando de Arruda Pereira (a antiga sede do Prodam), no Parque do Ibirapuera, na cidade de São Paulo. Às 17h, Esper Abrão Cavalheiro, 58 anos, professor titular de neurologia experimental da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), fala sobre o tema “Tecnologias convergentes e a construção do novo homem”.  A entrada para a palestra, que ocorre no auditório do pavilhão da mostra, é gratuita. Recomenda-se fazer reserva para a apresentação por meio do site www.revolucaogenomica.com.br (clique no item “Atividades Culturais” e escolha o evento desejado). A programação cultural da mostra (veja o cronograma de eventos) está a cargo da revista Pesquisa FAPESP.

As chamadas tecnologias convergentes, um conceito formalmente forjado neste século 21, formam uma vasta área de interação da pesquisa em nanotecnologia, biotecnologia, tecnologia da informação e ciência cognitiva com potencial para alterar profundamente os mais variados aspectos da vida do ser humano no futuro próximo. Da junção de conhecimentos dessas disciplinas científicas, pode surgir um cenário que, em alguns casos, beira a ficção cientítica. Setores totalmente distintos, como a defesa militar, a saúde e o próprio limite físico do homem, poderão sofrer alterações radicais com a ascensão das tecnologias convergentes.

Ex-presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e atual assessor do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Cavalheiro no momento se dedica a fomentar o debate na sociedade brasileira sobre o impacto potencial das tecnologias convergentes. O neurocientista não quer que o país se mantenha à margem das discussões sobre a nova área.

as origens do futuro

trancoso-ptRealizado pelo Tribunal Europeu do Ambiente, em fins de outubro, na histórica aldeia de Trancoso, ao norte de Portugal, o evento As Origens do Futuro acabou repetindo vícios do passado. Um belo programa num belo lugar, reunindo figuras expressivas para debater temas relevantes, amparado por recursos avançados, mas resultando em pouco material para difusão via internet.

A crítica aqui, que está mais para sugestão, nem visa esse evento em particular. Grande parte dos congressos, seminários e encontros hoje em dia se contentam em ser um sucesso em si mesmo. São raros os que produzem e disponibilizam registros consistentes e de fácil acesso para um público potencialmente interessado nos temas, mas que não pode comparecer. A internet, que muda esse cenário, ainda é mais utilizada na promoção do que na disseminação do conhecimento gerado.

Sobre o Origens do Futuro, achei coisas bem interessantes em outros sites. Como, por exemplo, a decisão de implantar lá mesmo em Trancoso um projeto-piloto com vistas a transformá-la em cidade biológica, isto é, prepará-la para uma era pós-petrolífera. Baseado em novas matrizes energéticas, o projeto prevê a reconversão da economia regional, incentivando atividades não poluentes e a utilização de meios de transporte de baixo impacto ambiental. A penalização das indústrias produtoras de CO2 também está prevista.

Outro destaque foi o lançamento da versão portuguesa do livro Plano B 2.0, de Lester Brown, que será distribuida gratuitamente, em breve. Quem tiver interesse no livro cujo subtítulo é Resgatando um planeta sob stress e uma civilização em apuros, e não quiser esperar pelo ‘em breve’, poderá ler aqui a sinopseaqui o prefácio dessa edição em português.

lixo eleitoral: fora

capital brasileira da culturaA notícia vem da cidade mineira de São João del-Rei, que será a Capital Brasileira da Cultura no próximo ano e já começa a dar bons exemplos.

Os promotores eleitorais da localidade entraram com ação civil pública de responsabilidade por danos morais e patrimoniais ambientais contra 17 partidos políticos e mais de 60 candidatos a cargos eletivos – governador, senador, deputados federal e estadual.

Mesmo advertidos, os candidatos fizeram propaganda ilegal, abusando da remessa de panfletos e santinhos, gerando incontáveis danos ao meio ambiente, como poluição visual, estética e ambiental nas ruas de São João del-Rei.

Para os promotores, os candidatos demonstraram desinteresse e descaso pelo meio ambiente e pelo bem-estar da população. O Ministério Público pede a condenação dos envolvidos para que haja o ressarcimento ao Município da quantia gasta com a limpeza da cidade e a compensação ao meio ambiente pelo dano moral coletivo.

recusa à pobreza

O II Seminário *Novos Indicadores de Riqueza*, na PUC-SP, centrou-se em análises críticas sobre a utilização do PIB como medidor de riqueza das nações, não faltando exemplos de inadequação deste índice.

PIB mede produção, não importa do quê: guerras elevam o PIB movimentando a indústria bélica; já o trabalho dos 250 mil voluntários da Pastoral da Terra, que melhora a saúde de muita gente, abaixa o PIB, ao economizar gastos em remédios e tratamentos médicos em geral. Supra-sumo da incoerência é tomar os números daí resultantes como riqueza.

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O professor Jean Gadrey, um dos franceses que participavam da video-conferência saiu direto para as atividades da Jornada de Recusa à Pobreza, realizada na França e em outros países.

No Brasil, o destaque ficou com a ONG Natal Voluntários, do Rio Grande do Norte, que chamou a participação de internautas para elaborar sugestões de políticas públicas de combate à pobreza.

Apenas no último fim de semana prolongado, foram enviadas 15 mil sugestões. O material será organizado e apresentado ao próximo presidente em primeiro de janeiro, dia da posse.

democratização da comunicação

A diversidade do país e o interesse dos cidadãos brasileiros não estão refletidos na mídia nacional. É para travar esse debate que um coletivo de organizações, redes e fóruns, espalhados pelas diversas regiões brasileiras, organizou a 4ª Semana Nacional pela Democratização da Comunicação.

Debates, mesas de diálogo, apresentações culturais vão mostrar à sociedade que a mídia é dela, que a informação é um bem público e a comunicação é um direito. Saiba mais sobre a 4ª Semana Nacional pela Democratização da Comunicação na Ciranda.

a interminável busca

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A imagem acima é de uma apresentação em ppt feita por Gilberto Câmara, do Centro de Estudos de Desigualdades Socio-Territoriais – CEDEST, projeto que tem os seguintes objetivos:

  • Investigar as desigualdades socioterritoriais através de análise espacial para construir indicadores de diagnóstico e predição em políticas sociais.
  • Estabelecer um diálogo permanente entre análise sociológica e técnicas matemático-computacionais, para uma crítica substantiva e subjetiva dos procedimentos analíticos.

Em outras palavras, eles desenvolvem modelos muito mais complexos do que os atuais para coleta e análise de dados sociais. Na próxima terça-feira, dia 17/10, das 9 às 13 horas, na PUC-SP, haverá um seminário com videoconferência Brasil-França sobre o tema Novos Conceitos de Riqueza, organizada pelo CEDEST. O debate servirá para lançar no Brasil os livros de Patrick Viveret e Jean Gadrey, ambos abordando novas formas de contabilizar os esforços econômicos e sociais.

A informação veio do professor Ladislaw Dowbor, nesses termos, com os quais concordo plenamente: “Ninguém aguenta mais as simplificações do chamado PIB, temos de contabilizar avanços reais em termos de qualidade de vida, e não apenas a soma da produção comercial. Vamos fazer uma video-conferência com os professores na França sobre o tema, aproveitando o lançamento dos seus livros no Brasil. Participam aqui Aldaiza Sposatti, Ladislau Dowbor, José Eli da Veiga. O evento é aberto”.

II  SEMINÁRIO NOVOS INDICADORES DE RIQUEZA
17 de outubro de 2006, das 9:00 horas às 13:00 horas.
Anfiteatro do TUCA – PUC/SP; rua Monte Alegre, 984,
4º andar, Perdizes, São Paulo, SP.

horário cultural gratuito

Espaço reservado para os amigos do Clube do Dendê.

Sexta-feira tem tango-batuque no Espaço Miscelânea Cultural!

O Club do Dendê é o clube do samba-sem-chuchu que apresenta o famigerado partido alto, desde a raiz até suas flores mais belas. Tem samba-canção e samba-enredo também; marcha, velha-guarda e até um pagode passa por aqui às vezes, vacilando. Só não tem chuchu.

Pra quem se espreme de medo do príncipe da Opus-Dei chegar ao poder e o Vaticano virar a capital do Brasil, venha celebrar a difamação e o escárnio próprio dos fandangos mamelucos realizando um desfile fanfarrado de sincope popular, escancarando nossos hábitos desmedidos e sinuosos de quem inventa a vida.

Pra você que cansou da cantilena mal contada dos antigos vermelhos, que agora estão roxos pra permanecer no poder, pra você que não agüenta mais o esbugalhado da Serra, ou o Maluf candidato a síndico de asilo ou ainda o Clodovil estrela na TV Câmara, aprochegue-se…

Venha celebrar uma xiba de violão baiano. Marchemos juntos ao batuque da resistência de nossa cultura aversa ao espetáculo, pedestre em suas convicções e enraizada nos lundus de alma negra.

Às sextas sejamos todos artistas. Não precisamos de claquete, de contra-regra ou de âncora. Preferimos a farofa, a vela e algum vintém. Quem quiser chegar de chapéu, lenço e tamanco também vem. Cabe todo mundo desafetado da indústria do espetáculo e ritmado pelos batuques de uma cultura transnacional de quem trabalha.

O povo perde o governo, mas não perde a piada…

tiao carvalho
Nesta sexta, 06/10, a festa estará mais completa com a presença do querido Tião Carvalho, grande multiplicador de cultura popular pelas esquinas de cá.

O Espaço Miscelânea Cultural fica em Pinheiros, na rua Álvaro Anes, 91. É bem perto da FNAC da rua Pedroso de Moraes, sabe? Couvert: 3 r$. Entrada: 3 r$

Tá. Não é gratuito mas é bem baratinho. Pensa que só os políticos podem mentir?

fuvest inova

Gostei de saber que os exames da primeira fase da FUVEST, este ano, não serão mais divididos por matérias. Junto com as questões de caráter interdisciplinar, inseridas já em anos anteriores, a iniciativa revela um grau de amadurecimento e avanço na direção do pensamento complexo.

Aos vestibulandos e cursinhos restará desenvolver novas estratégias para enfrentar as provas, mas isto, se encarado com tranquilidade, não será grande problema, pois já não estamos mais na época em que o escritor Howard Phillips Lovecraft (1890-1937) externou essa preocupação:

h p lovecraft“Uma das maiores misericórdias do mundo, penso eu, é a incapacidade da mente humana correlacionar todo o seu conteúdo. Vivemos numa plácida ilha de ignorância em meio a negros mares de infinitude, e não fomos designados a ir longe. As ciências, cada qual avançando em sua própria direção, até agora nos causaram pouco dano, mas há de chegar um dia onde a junção das peças soltas de nosso conhecimento abrirá visões tão terríveis da realidade, e de nossa assustadora posição nela, que só nos restará enlouquecer perante a revelação ou fugir da luz fatal para a paz e a segurança de uma nova Idade das Trevas.”

mestres em despolítica

“A política tem mais parte com o absurdo do que com a ciência. Parte dos que acreditam que ela é uma ciência pensam que tudo está a correr bem. Não é um absurdo?”

Renato Lessa, professor de teoria política do Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro), autor do livro “Presidencialismo de Animação“, aborda o problema da despolitização brasileira, na Folha de São Paulo:

O partido [PT] sempre foi a reunião de grupos bastante distintos, e cada um percebia no Lula o que queria ver. Algo assemelhado ao que Freud denominava “onipotência do pensamento” – dificuldade de dissociar processos mentais internos com o que de fato se passa no mundo.

O sindicalista puro e apolítico aparecia como uma sublime oportunidade de tábula rasa política para que nele os verdadeiros revolucionários inscrevessem o roteiro da salvação (laica e religiosa, àquela altura).

Mas é preciso dizer que essa despolitização não é exclusiva do Lula. O que foi a candidatura Alckmin? O que é o “choque de gestão”? O supergerente? Também uma proposta despolitizada e despolitizadora.

Supondo que seja útil ao país, o que seria, nessas alturas, politizar?

o nobel alternativo

chico whitakerO brasileiro Francisco Whitaker Ferreira é o ganhador do Roll of Honour (prêmio de honra) da edição 2006 do Right Livelihood Award. Nunca ouviu falar desse prêmio? Será que ele tem importância no cenário mundial?

Bom, eu também não conhecia e fui atrás de saber. Depois de ver sua proposta e critérios de premiação, deu para entender porque ele não frequenta a grande mídia.

O Right Livelihood Award existe desde 1980 como uma espécie de contraponto ao badalado Prêmio Nobel. Também é organizado por uma instituição sueca e visa destacar pessoas que desenvolvam soluções práticas e exemplares para as necessárias e urgentes transformações do mundo. O nome tem inspiração budista e significa o “Correto Viver”.

Os organizadores do Right Livelihood entendem que o Prêmio Nobel representa um modo de segmentar o conhecimento e a ação humana em disciplinas estanques, conforme a visão predominantemente racionalista e machista do século XX (apenas 33 mulheres receberam o Nobel, entre 758 premiados).

Assim, o Right Livelihood foi instituído com um enfoque multidisciplinar, mais adequado para tratar as complexas questões do século XXI. Só que isso ainda não foi devidamente deglutido pela grande imprensa e agências noticiosas que também funcionam no paradigma anterior (funcionam é modo de dizer). E, lógico, como o prêmio é dirigido a ativistas sociais que muitas vezes confrontam interesses de grandes corporações e de governos, difícil ganhar espaços de divulgação.

Outros dois brasileiros ativistas comprometidos com as transformações sociais e ambientais já haviam recebido a honraria anteriormente. O agrônomo gaúcho José Lutzenberger, em 1988, e o teólogo catarinense Leonardo Boff, em 2001.

Brasileiro ou internacional?

A par das atividades de organização do Fórum Social Mundial, que o colocam em constantes viagens e complexas negociações mundo afora, Chico Whitaker mantém firme ligação com vários movimentos sociais no Brasil. Alguns são ligados à Igreja Cristã, como a Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP), outras não, como a Ação Brasileira de Combate à Desigualdade (ABCD), a Rede de Reflexão e Ação Política Livre (Repolítica) e o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE).

Chico desfiliou-se do PT no primeiro dia deste ano e agora está empenhado em aprofundar os debates sobre a Refundação do Legislativo, que seguramente nada tem a ver com as refundações do PT ou PSDB.

Posts anteriores sobre o trabalho e pensamento de Chico Whitaker:

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abrir a caixa-preta

Brunazo

“Votar na urna eletrônica brasileira é mais ou menos como jogar palitinho por telefone”, afirma Paulo Mora de Freitas, Chefe de Informática do Laboratório Leprince-Ringuest da Ecole Polytechnique, França.

É fácil entender o zelo do Tribunal Superior Eleitoral em fazer o povo acreditar na lisura dos votos, da apuração, e nos resultados da eleição como a expressão da vontade popular.

Mas daí a sustentar que o sistema eletrônico de votação é imune a fraudes vai uma longa distância.

O livro Fraudes e defesas no voto eletrônico, de Amílcar Brunazo Filho e Maria Aparecida Cortiz (All Print, São Paulo, 2006) elenca 12 maneiras pelas quais pode ser fraudada a eleição eletrônica (do cadastro eleitoral à totalização).

Melhor seria o TSE reconhecer as fragilidades do sistema (se a própria democracia é frágil e sabotada, porque as eleições não seriam?) e instruir partidos e eleitores sobre como auxiliar no combate às fraudes.

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A Diebold, empresa dos Estados Unidos que fabrica as atuais urnas eletrônicas utilizadas no Brasil, produz modelos bem mais sofisticados do que o nosso. Nem esses passam nos testes de segurança realizados pelo Center for Information Technology Policy da Princeton University. Veja no video a simulação de uma possível forma de fraudar o sistema.

é contra, eu apoio

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Apoiaria mesmo que fosse Semana de Contra Jornalismo ou Semana de Jornalismo do Contra. Não importa. Melhoria das condições de ensino é uma reivindicação de toda sociedade, pra sempre. Cursos faz-de-conta, que sumam!

Interessante é que os alunos que não aprenderam nada sobre jornalismo fazem uma rica denúncia da precariedade do curso: matérias que não têm professor, professores que abandonam as aulas, falta de equipamentos. O que leva a pensar: se eles não soubessem comunicar, teriam organizado o protesto?

A programação é bacanuda e se encerra na sexta-feira com o simbólico enterro do curso de jornalismo da ECA, cujo site não faz menor menção ao evento, razão a mais para apoiá-lo.

floresNesta também simbólica coroa de flores registro, porém, minha única discordância com os estudantes, que grifam em seu manifesto: Não deixaremos o curso de jornalismo da USP morrer! Ora pois, que então montassem uma UTI, um sanatório, não um enterro. O negócio de ressuscitar rola em outra área, não na escola.

Nos meus tempos de estudante (oficial) de comunicação, quase trinta anos atrás, eu adoraria simplesmente ter concluído o Curso de Comunicação com as matérias que eu mesmo escolhesse, mas fui obrigado a optar por uma das três áreas: jornalismo, propaganda ou relações públicas. Se na época eu já achava esses campos restritos, imagina hoje.