sabemos nada e já cansamos?

Por Mauro Celso Destácio *

Um debate desgastado. Esta é a imagem que se tem hoje das discussões sobre os organismos geneticamente modificados (OGMs), ou transgênicos. Argumentos contrários e favoráveis já foram expostos quase à exaustão. Alguns ponderados, outros extremados. Em meio ao marasmo decorrente do impasse, A controvérsia sobre os transgênicos: questões científicas e éticas, novo livro do filósofo Hugh Lacey, pela editora Idéias & Letras, traz ares de renovação ao debate.

ideias e letrasLançado em 26 de maio na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, onde Lacey é professor-visitante, o livro tem como principal mérito partir de argumentos tanto dos proponentes como dos críticos dos OGMs para, aí sim, se chegar a algumas conclusões – nem todas definitivas, como o próprio autor reforça ao tocar em questões como a da validade do chamado arroz dourado, transgênico com alto teor de vitamina A. Além disso, transcende a discussão sobre os organismos modificados, na medida em que apresenta conceitos relativos à ciência em geral.

Uma primeira leitura da obra pode induzir o leitor a pensar que Lacey se coloca contrariamente aos transgênicos. Não é bem o caso. A crítica fulcral do autor não se dá a essa tecnologia em si, mas ao uso que se faz dela, bem como à falta de estudos sobre outras formas de produção, como a agroecologia. Entra em questão, nesse ponto, o conceito de estratégia. Segundo Lacey, a ciência tem primado por seguir estratégias materialistas de pesquisa, que se evidenciam não apenas pelo interesse financeiro de empresas, como pela visão de parte dos cientistas, os quais, mesmo sem maiores pretensões de ordem econômica, acreditam que o ser humano tem como meta o controle da natureza.

Ainda que sem vínculos diretos, a adoção, pelo meio científico, de estratégias materialistas acaba por endossar práticas como as monoculturas de transgênicos, que podem causar sérios prejuízos à biodiversidade – enfim, não é a transgenia em si que provoca danos, mas o emprego desmedido dela.

[*] Boletim do Núcleo José Reis de Divulgação Científica.

caindo a ficha na marra

fairbanks"Os grandes incêndios que atingiram o Alasca nos últimos verões encheram o ar de tanta fumaça e cinza que a população de Fairbanks precisou em determinados momentos usar máscaras contra poeira, e os médicos recomendaram aos pacientes asmáticos que abandonassem a cidade até que o fogo fosse extinto.

Mas não é necessário um incêndio para tornar o ar prejudicial à saúde, diz Paul Epstein, diretor do Centro de Saúde e Meio-ambiente Global da Escola de Medicina da Universidade Harvard. O número de casos de asma e alergias nos Estados Unidos está aumentando em parte porque o excesso de dióxido de carbono na atmosfera está superestimulando a produção de pólen, que desencadeia esses problemas, alerta Epstein. Quando o nível de dióxido de carbono dobra, os caules das gramíneas crescem 10% a mais. Mas a quantidade de pólen aumenta em 60%.

Os invernos mais quentes também significam que os insetos são capazes de se multiplicar em locais onde o frio costumava contê-los. A doença de Lyme está se disseminando para além das antigas regiões nas quais habita o carrapato transmissor da doença. E o vírus do oeste do Nilo está se alastrando porque as secas de primavera amplificam o ciclo do mosquito que pica as aves portadoras da doença, diz Epstein.

O ex-vice-presidente Al Gore voltou a ser notícia com o lançamento do seu aclamado documentário sobre o aquecimento do planeta, "An Incovenient Truth" ("Uma Verdade Inconveniente"). E o presidente Bush – que foi criticado pelos grupos ambientalistas por sua lentidão em reconhecer as ameaças representadas pelo aquecimento – disse na semana passada: "As pessoas no nosso país estão justificadamente preocupadas com os gases causadores do efeito estufa e o meio-ambiente".

Fonte: USA Today, via Uol Midia Global

recreio

Se você curte bons livros, bons escritores, mas anda saturado de ler, brinque um pouco no mapa da literatura, experiência com inteligência artificial aplicada em comunidades de leitores.

http://www.literature-map.com/

Você coloca o nome de um autor e o sistema lhe devolve nomes de outros autores relacionados ao que você sugeriu, pela ótica de outros leitores. Algumas relações batem com as suas, outras nada a ver, como ocorre num bate-papo. De lambuja, você ainda conhece um bocado de nomes novos.

A mesma experiência também é feita com música e cinema.

a nova voz das urnas

Para acompanhar de perto: a revista Carta Capital publicará todos os meses até setembro pesquisas sobre a eleição 2006, preparadas pelo Instituto Vox Populi.

Na apresentação, uma entrevista em que Marcos Coimbra, diretor do Vox Populi, fala das mudanças ocorridas no país, desde os tempos da ditadura militar até hoje. Veja um trecho:

CC: O universo de eleitores é mais escolarizado. Ele não parece, por outro lado, menos interessado em política?
MC: As pesquisas comparadas não confirmam isso. Fizemos essa pergunta no início de 1989 e repetimos a questão no início de 2006. Os resultados confirmam tendência no aumento de interesse. Pessoas muito interessadas em política, em 1989, eram 10%; hoje chegam a 20%. As “mais ou menos” interessadas eram 17%, hoje são 35%. Então, tínhamos apenas um quarto da população dizendo-se “muito” ou “mais ou menos” interessada em política. Hoje, eles passam da metade na soma de 20% com 35%. Também despencou a proporção de pessoas que se dizem “nada interessadas” em política. Eram 47% em 1989 e, hoje, são 22%.

serendipity

Enquanto procurava imagem de assédio para o post anterior, achei outra fora daquele contexto, que me levou a um site italiano construtivista, de aprendizado colaborativo, que ensina jovens a mapearem lugares, situações, ações.

assedio

No caso, assédio refere-se a um estudo da Idade Média e das estratégias de ‘cerco’ de um povo conquistador contra uma cidadela fortificada. Ali estão dispostos sistemas de ataque e defesa, recursos, ações. Os jovens fizeram ainda outro mapa relacionando os tipos de habitações da mesma época. Acho bárbaro esse modo de aprender.

Podemos, mais tarde, desenhar até ‘estruturas narrativas’ mais elaboradas, ao mesmo tempo informativas e artísticas, como os diagramas de Mark Lombardi (1951-2000), que revelaram, antes e muito além dos jornais, as insuspeitas conexões ocultas dos mais famosos escândalos políticos e financeiros de nossa época.

lombardi.jpg

assédio moral

Publicado hoje no jornal Valor (requer assinatura) interessante texto sobre assédio moral e contrato de trabalho. O autor, Pedro Paulo Teixeira Manus, é juiz vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho, 2ª Região. Sua argumentação é pautada nas seguintes questões:

  • Por que somente nos dias de hoje começou
    a se falar sobre o denominado assédio moral?
  • Se o fenômeno não é novo, qual a explicação
    para que só agora venha à tona?

Antes de buscar as respostas, o juiz esclarece o conceito:

A expressão assédio significa insistência impertinente, junto de alguém, com perguntas, propostas ou pretensões indevidas. Somando-se à expressão assédio o qualificativo moral, temos a figura da insistência impertinente a alguém com propostas ou pretensões indevidas e indesejadas que atingem moralmente o assediado, provocando situação insuportável, que atinja a dignidade do ofendido.

Aí reside um de nossos grandes problemas. Segundo dados do Relatório sobre Dignidade Humana e Paz, publicado no início do ano, 20% da população brasileira desconhece o significado da expressão dignidade. Para quase 40 milhões de pessoas é uma língua desconhecida.

Mas sigamos na explicação do juiz, ver como ele responde as perguntas do início:

A incidência significativa de ações judiciais em que se discute a ocorrência do assédio moral e os conseqüentes pedidos de indenização por danos morais decorre da importância que o legislador constitucional de 1988 empresta à preservação e respeito expressos à dignidade das pessoas.

Em tese, vale para todos que nascem na Pátria Amada. Não é o mercado a regular – imagine – e sim a Constituição a garantir. Para encerrar, o Juiz Pedro Paulo alerta:

Em se tratando de fato novo, enseja eventuais abusos na postulação judicial, que devem ser coibidos até que se atinja o desejado equilíbrio pela ação da doutrina e da jurisprudência.

Pois bem, nessa história toda me ocorre uma dúvida: caberia tipificar alguém que contrata outro alguém por um salário mínimo (pouco mais de 1 real por hora de trabalho), como crime de arrocho moral?

!?

filé mignon na chapa

E disse assim nosso ministro da pouca fala:

“Nunca a alimentação no Brasil esteve tão barata como agora”, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. “Se você olhar o preço da carne, do milho, do arroz e de vários alimentos, o brasileiro pode comprar pela metade ou dois terços do preço que pagava. Hoje o brasileiro pode comer filé mignon, mesmo as famílias com menos recursos”. (Valor)

Dá a entender que as famílias sem recursos moram em outro país, decerto invisível a quem olha a vida através de números e gráficos sobre mesas de restaurantes chiques.

Ainda não sei se incluo essa maravilha na série aiaiai ou inauguro com ela uma outra, Maria Antonieta, que havia pensado adotar durante o próximo período eleitoral.

..^..

O Mapa do Boi

carnes
A – Coxão duro
B – Patinho
C – Picanha
D – Alcatra
E – Maminha
F – Coxão mole
G – Contrafilé
I – Filé mignon
J – Filé de costela

* as partes com números ficam reservadas a certos economistas.

 

direito de se arrepender

sandwich.gifVocê chega na lanchonete e pede 'um sanduíche igual aquele da foto'. O cara traz um negócio parecido, pouco mais murcho, sem cor nem brilho (ou com brilho em excesso).

Você confere pelo olfato (na metrópole poluída, onde os cheiros são mais homogêneos, às vezes é melhor pular essa parte). Aquilo lhe parece aceitável e, até porque já está pago mesmo, você come e vai embora, fingindo que fez um lanche feliz.

Cenas de nosso automatismo social. Sem reclamar e sem se arrepender, a vida corre melhor, não é? O que seria das lanchonetes se todo mundo devolvesse o sanduíche porque ele não está de acordo com a foto? Ou melhor, o quanto nós mesmos não alimentamos o mundo do faz-de-conta adulto?

Estamos tão acostumados a comprar bugalhos por alhos e a nos ajeitar dessa maneira que deixamos muito campo aberto para a sanha e manha dos vendedores de qualquer coisa.

Comprar pela internet, por catálogo ou de quem bate à porta, então, é muito mais arriscado. O IDEC (Instituto de Defesa do Consumidor) lembra que só há uma maneira de melhorarmos esse quadro: reclamando e fazendo valer nosso direito de não sermos enganados. Se arrependeu? devolva.

filosofia do batuque

acorda povoAcorda Povo é uma festa religiosa que tem origem na cultura escrava do Nordeste. Os fiéis começavam a ganhar as ruas nas primeiras horas de 23 de junho, e ao toque de tambores, danças e cantorias, marchavam em comemoração a São João.

O cortejo tinha como objetivo acordar o povo para participar da comemoração, e a festa acabava ao amanhecer do dia com muitas brincadeiras.

Em Carapicuíba-SP, o objetivo do grupo Acorda Povo é praticamente o mesmo dos festejos nordestinos.

“Chamamos o povo não para celebrar São João, mas para acordá-lo das injustiças sociais, da violência, do preconceito, do racismo e da desigualdade. Acreditamos em uma democracia”, filosofa Moxé.

As letras, todas compostas pelos integrantes do Acorda Povo, reivindicam melhorias no sistema político e social do País. “Os políticos tiveram a oportunidade de estudar, chegaram ao poder e nada fazem por nós. Precisam assumir seus cargos com responsabilidade”.

O vocalista mudou-se para São Paulo há pouco mais de cinco anos. Teve uma infância difícil em Recife, chegando a morar na rua. Hoje, ensina capoeira, artes e música aos jovens pobres de Carapicuíba.

“A música, a vontade de fazer música e de seguir essa tradição é que nos tirou dos caminhos ruins da vida”, afirma Obará. “Ainda existe muito preconceito, discriminação. Só continuamos porque há pessoas que acreditam em nós e nos dão apoio", explica Badia.

Músicas

As canções do Acorda Povo são carregadas de protestos contra o sistema, a pobreza, a desigualdade e ao preconceito contra as minorias.

Em ‘Catimbó', Moxé procura passar um pouco da vida difícil que teve nas ruas de Recife, e abre a música com uma verdadeira declaração de amor ao que faz:

“Minha religião é o amor,
minha filosofia é o tambor”
.

Fonte: CotiaTodoDia

bola e embola

chuteiraEstá chegando a tão esperada Copa do Mundo na Alemanha que promete mil novidades. Se tiver um futebol de qualidade já fico contente. As chuteiras gigantes aí ao lado fazem parte da série de esculturas 'Passeio das Idéias' em Berlim, uma iniciativa do governo que pretende mostrar ao mundo a criatividade de artistas, poetas e inventores alemães. Mas é no campo que veremos quem manda na bola.

Passada a Copa, entraremos pra valer no calendário eleitoral. Sobre isso, vejamos o que disse o ministro Marco Aurélio, ao assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no início do mês. Para ele, vivemos num país faz-de-conta:

"Faz de conta que não se produziu o maior dos escândalos nacionais, que os culpados nada sabiam – o que lhes daria uma carta de alforria prévia para continuar agindo como se nada de mal houvessem feito. Faz de conta que não foram usadas as mais descaradas falcatruas para desviar milhões de reais, num prejuízo irreversível em país de tantos miseráveis".

O Brasil, no mundo do faz-de-conta.

opção dos leitores por Veja atrasa o país

Na época em que cursei jornalismo, entre 1976-79, em Santos, O Pasquim era considerado baluarte da liberdade, e a revista Veja referência de jornalismo para o grande público, horizonte mágico que atrai a visão dos candidatos a repórter.

pasquim 78Era tempo de repressão, prisões, mortes, sumiços, chamadas no DOPS (Delegacia de Ordem Política e Social) para interrogatórios, avisos do tipo ‘estamos de olho’ ou conselhos cínicos assim: ‘vocês gostam de paz, nós também, então deixem os carneirinhos em paz’.

Por essas e outras, a auto-censura reinava. Se algum repórter ousasse escrever sobre a poluição em Cubatão era taxado de subversivo pelos próprios colegas de redação; e subversão lá, mesmo sem armas de fogo, tinha outro sentido e destino do que hoje em dia.

Compreensível. Qualquer fumaça em chaminés de fábricas era vista como sinal de progresso. Quanto mais, melhor. Falar ao contrário era uma insanidade, uma heresia. A causa ambiental apenas se esboçava, era novidade até entre os jornalistas.

O Pasquim afundou nos mares da ‘normalidade democrática’ e Veja prosperou, em número de assinantes e anunciantes, nos mares da ‘democracia mercadológica’. Editorialmente, porém, parou naquele tempo. Hoje atribui aos defensores do software livre a mesma pecha de atraso que a imprensa dos industriais e militares atribuia aos ‘ecologistas’ de outrora.

Não li nem vou ler a matéria da Veja intitulada Opção de Lula pelo software livre atrasa o país. Só de ouvir falar, lembrei dos blablablás que os Relações Públicas inventavam para justificar a fumaça das fábricas, as crianças sem cérebro e a calvície da Mata Atlântica. A história cuidou deles.

Ler a revista Veja, até para criticá-la, atrasa o país. Ela se vale da tática descrita por Carlos Imperial: “Falem bem ou mal, mas falem de mim”, portanto nem mais escrever sobre ela eu vou. Apenas deixo a frase que o historiador Jorge Caldeira utilizou em outro contexto, mas serve aqui:

A liberdade é um suplício para velhos prisioneiros

eficiência governamental

BRASÍLIA – O governo federal arrecadou um total de R$ 34,966 bilhões em impostos e contribuições no mês de abril, informou há pouco a Receita Federal. Trata-se de um recorde para meses de abril…

Diz aí: se as áreas de Saúde, Educação e Cultura tivessem a mesma atenção que a Arrecadação, não seria uma beleza?

Poderíamos até economizar em gastos com Segurança.

pequenos materiais, grandes riscos

A nanotecnologia é apontada como base da próxima grande revolução industrial. Aos poucos, ela sai dos laboratórios e se incorpora no dia-a-dia das pessoas e sociedades. Torna-se quase uma obrigação conhecermos as implicações trazidas pela manipulação de nanomateriais.

Esses minúsculos ingredientes já fazem parte de linhas de produtos que são vendidos em massa e podem afetar a saúde, como os cosméticos e filtros solares.

nano_cos

Friends of the Earth inicia campanha de alerta, propondo que se amplie o debate público sobre o tema. No link acima há um material interessante que vou lendo devagar, mas já indico.

em paz ?

paz ?Parece que a ‘normalidade’ aos poucos se reestabelece em Sampa. Hoje é dia de rescaldo, de contação de histórias, de botar a carruagem andando novamente.

Até aqui, certo é que o medo e suas consequências foram desproporcionais aos fatos. A barbárie foi sobretudo praticada contra gente ‘pequena’ e locais desprotegidos, como se fossem esses os inimigos.

Não há como duvidar da força do PCC, mas também não há porque superestimá-la. Seu poder é diretamente proporcional aos nossos medos, tantos medos. Quanto melhor pudermos equacionar esse poder, conhecê-lo, integrá-lo (não é o papel de uma sociedade inclusiva?), melhor pra todo mundo.

Impossível é conviver apático com mais esse medo. “Eu nada vi, nada ouvi” só alimenta o império do terror e suas múltiplas caras, mutáveis ao longo do tempo e das circunstâncias.

Seria prudente, me parece, resistir à colocação do PCC como inimigo número um da sociedade. Perderíamos de vez o foco sobre as reais condições que lhe dão existência e aos seus contrários complementares.

cheira mal

Qualidade do ar: péssima. Já não bastavam as elevadas taxas de gás carbônico e formol a envenenar a saúde das cidades e as denúncias de corrupção envergonhando os cidadãos.

O clima regido pela pólvora azarou ainda mais. Entre os fatos estranhos, está o governo federal condenando o uso político dos episódios em São Paulo. Pois os fatos, por acaso, não acontecem na Pólis? não interferem diretamente na vida da população? Se isso não é questão política, então o que é?!

Quem, exatamente, faz pior uso da situação? Quem aponta a redução dos investimentos em segurança como problemática ou quem pretende despolitizar a questão, desautorizando-a nas conversas públicas? Ei, governo, acorda, século XXI!

Sobre governos, partidos e empresas emerge uma coisa chamada sociedade, em permanente reconstrução de si mesma. Falante. Não se usa mais ‘despolitizar’ qualquer questão. Esse resquício da ditadura militar envelheceu.