poetas dos oprimidos

Uma palha do Cordel de Medeiros Braga:

Foi Brecht um socialista
Que fez a condenação
Do modo capitalista
Dos meios de produção
Onde a classe que produz
Tem por paga a rude cruz
Da miséria e da opressão.

Não foi como o traidor
Que finge ódio ao burguês,
Se junta aos trabalhadores
E após, com desfaçatez,
Imune a quaisquer conflitos,
Rasga todos seus escritos
E esquece tudo o que fez.

Pois é. E por falar em Brecht, vai aí um exercício de domingo para quem curte criptografia:

bbrecht

o discurso-verniz do ecad

Como o assunto envolve todos os criadores e consumidores de música, não sei se existe algum ser pensante no Brasil, nosso país musical, por fora da "polêmica dos direitos autorais".

Nessa entrevista da superintendente do ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), Glória Braga, existem dados bem interessantes em contraste com argumentos que não correspondem à percepção de boa parte da comunidade musical.

malaSergio Freitas: "O público não tem conhecimento das situações que envolvem os músicos profissionais e o quanto eles ficam vulneráveis a esta verdadeira máfia do sub mundo da produção musical no Brasil. As gravadoras, os produtores, empresários e a mídia em geral vivem como sanguessuga do trabalho dos que verdadeiramente criam a música brasileira."

Ôpa, ele não falou em ECAD? Então vejamos o que diz Roberto Maia, nessa entevista ao Link, mês passado:

"Os critérios do Ecad merecem uma revisão há tempos. Para quem trabalha em rádio, como eu trabalhei a vida inteira, a maneira como o Ecad afere as músicas tocadas, através de listas fornecidas pelas próprias emissoras ou por amostragem, é absurda e não reflete nenhuma realidade."

Não há como discordar de Glória Braga quando ela diz o seguinte: "O que há de se perseguir é a convivência lícita e possível entre os criadores e todos aqueles que pretendam de uma forma ou de outra ter acesso a essas criações". Mas falta afinar melhor os instrumentos de conversação.

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rescaldo

Para não deixar o post abaixo sem fecho, aqui estão as últimas notícias da queda do helicóptero perto de casa. As vítimas foram identificadas: 2 funcionários da Eletropaulo e o piloto da empresa de táxi-aéreo responsável pelo aparelho. Eles haviam acabado de decolar do Campo de Marte num vôo classificado de 'alto risco' (segundo a empresa rotineiro) para verificação de linhas de transmissão de eletricidade.

As causas do acidente ainda serão investigadas, mas temos aí um aprendizado e uma proposta para levar na próxima reunião da comunidade em que o assunto for debatido: as operações consideradas de 'alto-risco' devem ser previamente informadas aos possíveis envolvidos nos riscos. Foi sorte, ontem – ou talvez perícia do piloto na escolha do local -, nenhum pedestre, carro ou residência ser atingido pela queda do aparelho.

A obrigação de comunicação prévia aos possíveis afetados, em primeiro lugar, deixa as pessoas preparadas para qualquer eventualidade, até para que digam se concordam; segundo, aumenta o custo, a complexidade e a atenção de quem toma decisões em tais casos: empresas e profissionais. Chama-se a isso 'responsabilidade social'.

acidente

Hoje caiu um helicóptero a 500 metros da minha casa. Três pessoas morreram. Segundo as primeiras notícias, com as falhas naturais das primeiras notícias, "o helicóptero bateu em um edifício, e o piloto perdeu o controle sobre a aeronave".

Decerto foi o contrário: o piloto perdeu o controle e bateu no edifício, ainda se enroscou nos fios da rede elétrica, destruindo postes e caiu na rua, incendiado de tal forma que pouca coisa restou além das cinzas. Nem o prefixo pode ser identificado.

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Há tempos, alguns moradores locais reclamam contra a existência do corredor aéreo que atravessa os bairros Lapa, Pompéia, Sumaré e Perdizes, em Sampa. Alguns helicópteros passam tão baixo (é contra a lei, mas quem fiscaliza?), que as casas estremecem. Como o incômodo é passageiro, a maioria acostuma. É preciso que aconteça algo mais grave, como esse acidente, para que todos acordem para os perigos. Diz aí: por que somos assim?

usuários dos usuários

A nova surpresa do orkut é poder ver os últimos cinco visitantes em seu perfil: uns mais, outros menos atentos ao que você mostra; uns mais, outros menos merecedores de sua atenção. O recurso é uma sofisticação do antigo contador que informava apenas o número de visitas. Agora já vemos quem visitou. Mas porque divulgar cinco pessoas e não a lista diária completa? Algo do tipo: tais fulanos te visitaram, mas não deixaram recado (scraps). Questão de escolha dos administradores orkutianos, que são usuários dos usuários.

O que eles propõe é um simples jogo: se você quer ver quem fuça seu perfil, também será visto; se não quer ser visto, não poderá ver. Para muita gente, isso nada significa. Para outros, anima a brincadeira (e quisera fosse só isso) de gato e rato.

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Os administradores do orkut poderiam disponibilizar esse recurso de diversas maneiras, dentro de um ferramental de análises mais extenso, poderoso e útil. Seus objetivos, entretanto, passam longe de propiciar às comunidades um melhor conhecimento sobre si mesmas. Fica-se na superfície.

Exemplo de ferramenta poderosa (orkut deve ter algo parecido em uso interno) é o Vizster. A imagem abaixo é a visualização mais básica do sistema: a partir de um perfil no Friendster (o orkut dos gringos), o usuário pode ver as relações com seus amigos e aquelas existentes entre os amigos comuns, que se agrupam. Você vê o todo sem perder a visão dos particulares.

viztser00.jpg

Também agrupam-se perfis por afinidades de interesses (filmes, times, escolas, qualquer informação padronizada fornecida no cadastro). E isso é apenas uma palhinha do que vem por aí. O lado interessante dessas visualizações é treinar o cérebro para estabelecer sozinho essa trama invisível e reforçar a idéia de que tudo e todos estamos interligados. Algumas vezes até à contra-gosto.

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Obs.: Nada tenho contra o orkut, acho mesmo que é um laboratório social bem interessante. Só não podemos perder de vista que lá dentro somos todos cobaias de experimentos alheios.

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Atualizando: interessante o depoimento de David Drummond, vice-presidente do Google, na audiência pública sobre crimes na internet, promovida pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal. Veja na SaferNet.

será meme?

Daniel Dennet em A Liberdade Evolui (Freedom Evolves):

"Foram os germes europeus que conduziram as pessoas do hemisfério ocidental à beira da extinção uma vez que essas pessoas não tinham tido uma história que lhes permitisse desenvolver uma tolerância aos mesmos. Neste século serão os nossos memes [unidades culturais], tanto tónicos como tóxicos, que irão espalhar a destruição pelo mundo impreparado. Não podemos presumir que os outros têm a nossa capacidade para tolerar os excessos tóxicos da liberdade nem podemos simplesmente exportá-la como mais uma mercadoria.
daniel dennettA educabilidade praticamente ilimitada de qualquer ser humano dá-nos a esperança do êxito, mas a concepção e a implementação da inoculação cultural necessária para repelir a catástrofe e ao mesmo tempo o respeito pelos direitos dos que dela estão necessitados será uma tarefa urgente de grande complexidade, requerendo não somente melhores ciências sociais como também sensibilidade, imaginação e coragem. O alargamento da área da saúde pública com vista a incluir a saúde cultural será o maior desafio deste século."

Sonhado ou visto em Sono Consciente.

não vale quanto pesa

A matéria “Quanto custa um deputado federal?” do site Contas Abertas traz um monte de números sobre os gastos da nação com os deputados federais. Cada um suga mensalmente dos cofres públicos – dinheiro nosso – cerca de 100 mil reais, dentro das leis e esquemas que eles mesmos vão criando, mandato após mandato.

“Em 2005, as despesas da Câmara dos Deputados chegaram a R$ 2,3 bilhões. Dinheiro suficiente para aumentar em 8 vezes os investimentos federais em educação, no mesmo período.”

Nenhum deputado, por melhor que seja, vale cem vezes o que vale um professor primário, nem duzentas vezes o que valem os lixeiros (estes limpam as cidades, ao contrário da maioria dos políticos profissionais).

congressoA história dos privilégios exclusivos no Brasil tem raízes profundas, mas não é eterna. Eterno é nosso bom humor, nossa capacidade de fazer piadas. Já passaram por aqui um presidente com ‘vassourinha’ para limpar a sujeira (e não limpou), a disciplinada turma dos militares (que se sujou), o ‘caçador de marajás’ (que foi cassado), o do topete e dos chiliques, o ‘doutor honoris causa’ (que só causou), o ‘operário’ (que vestiu a gravata bonita).

Seja qual for a próxima invenção política, não creia. Trate como ilusionismo, marketing e coisas do gênero. Não aposte em salvadores da pátria, nem em ‘representantes’ de seus interesses. São historias que nos contaram quando pequenos e que já perderam a graça.

o oscar da internet

webby_awardsEmbora mais pareça uma rosca do que um oscar, The Webby Awards mexe um bocado com a moçada nos states. Até agora, porém, o que mais se vê são reclamações sobre o complicado processo de votação popular, que provoca mais desistências do que votos.

O prêmio é atribuido em várias categorias aos sites com melhor projeto, mais criatividade, funcionalidade e usabilidade. Tudo o que o site da premiação não tem. Vai entender…

dia da terra

earthdaynetworkAmanhã será comemorado o Dia da Terra em vários locais do planeta (no Brasil não tenho notícia). Em comum nos esperados 10.000 eventos, está o lançamento de uma campanha que objetiva educar consumidores, empresas e governos sobre a urgente necessidade de tomar medidas concretas em relação às mudanças climáticas em curso, 'antes que seja tarde' como dizem os organizadores.

Faça o teste da pegada ecológica e confira se o seu padrão de vida e consumo está bem orientado para um desenvolvimento global sustentável. Até agora não conheci ninguém ok.

earthdauposterPelo teste se vê que não é questão só de punir empresas poluidoras, mas de promover profundas alterações em nossos próprios hábitos de vida. O que torna o quadro ainda mais sombrio e campanhas desse tipo mais necessárias.

ciranda em recife

cirandaO II Fórum Social Brasileiro – de 20 a 23 de abril em Recife – tem como proposta central a avaliação da 'experiência brasileira' no fazer político contemporâneo, dentro e fora do país, dentro e fora do governo. Você pode saber mais no site do FSB ou pela cobertura da Ciranda, onde tem uma entrevista que fiz com Chico Whitaker, um dos articuladores do evento. Falando sobre o significado do 'espaço Fórum', Chico lembra:

O Fórum Social Mundial teve o grande mérito de valorizar a auto-organização, criando uma alternativa para os encontros preparados de cima para baixo. Isto é muito bom em termos de construção de uma cultura nova, na perspectiva da participação popular e do exercício da cidadania, e na recusa do controle social vertical e autoritário. O caminho é ainda longo, rumo a uma mudança social efetiva nessa mesma linha, que alcance também partidos e instituições sociais em geral. Mas não há dúvida que estamos avançando.

vento alegre

coberturawikiA Globo já não decide mais sozinha o que é melhor para a televisão brasileira, conforme registra a CoberturaWiki no 7º Fórum Internacional Software Livre:

Durante o cerimonial de abertura do FISL 7.0, o Ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Machado Rezende adiantou que nos próximos dias o Presidente Lula irá anunciar em definitivo o padrão [de tevê digital] a ser adotado pelo país.

"O Brasil terá o seu próprio Sistema de TV Digital", afirmou, sendo aplaudido com entusiasmo pelos participantes.

O que o ministro anunciou, todos sabem, foi o fim de mais um round de uma longa luta.

blog amoroso

brasileiroNão sei como, mas alguém chegou aqui procurando por ‘blog amoroso’. Então, é com todo o carinho que compartilho a matéria: “Brasileiros trabalharão 167 dias este ano só para pagar tributos“.

Fazendo contas: em 2005, a sociedade brasileira injetou nos cofres públicos a bagatela de R$ 754,4 bilhões, quase 40% da riqueza econômica que conseguiu produzir.

Em média, cada um de nós (chamados pelo eufemismo de contribuintes) ‘contribuiu’ com R$ 4,16 mil em tributos, mais das vezes embutidos nos produtos consumidos. Isso nos tomou 142 dias de trabalho remunerado (os que interessam ao fisco). Se este ano a previsão é de 167 dias, sinal de que a coisa piorou. E não só nisso.

No estudo da Consultoria Partner, a quantidade de dias comprometidos com o pagamento de juros [para bancos e financeiras] subiu por causa do aumento da demanda por crédito ao consumo, que foi de R$ 124,2 bilhões para R$ 162,6 bilhões.

Certo, é bem mais fácil ‘governar’ um povo endividado.

calvino editor

calvino_viola"O homem contemporâneo é dividido, mutilado, incompleto, hostil a si mesmo. Marx o chama de 'alienado', Freud, de 'reprimido'; um estado de harmonia antigo foi perdido, aspiramos a uma nova totalidade."

"Penso sempre no leitor. […] É preciso que ele se divirta, é preciso que ele tenha também uma gratificação; esta é a minha moral: alguém comprou o livro, despendeu dinheiro, investe parte de seu tempo nele, deve divertir-se."

"Clássico é um livro que nunca acaba de dizer o que tem para dizer."

Italo Calvino (1923-1985)

schopenhauer de bom-humor

Schopenhauer"Ninguém pode ver além de si mesmo. Quero dizer com esta afirmação que cada um só compreende os outros segundo sua própria inteligência e horizonte."

"Um homem espiritualmente rico tem, na solidão, seus próprios pensamentos e fantasias com os quais se ocupa com muito mais satisfação, enquanto o tolo não consegue evitar as variedades oferecidas pela vida em sociedade, como espetáculos, passeios e diversões."

desenvolvimento local

muninetBela ferramenta o site MuniNet – Rede Brasileira para o Desenvolvimento Municipal. Repleta de informações úteis sobre as cidades e, mais interessante, você mesmo pode montar gráficos com os dados que preferir. A dica veio do Alfarrábio.

Entre outras coisas, foi lá que vi os dados do 1º Censo do Legislativo Brasileiro e soube existirem 60 mil vereadores no país, dos quais 88% homens. Ei mulheres, sem vocês o desenvolvimento local não rola. 

menos arte, mais política

Em sua quinta tentativa de ocupar o Palácio do Planalto, Lula terá uma significativa baixa no apoio espontâneo de artistas publicamente reconhecidos. No plano simbólico, ele perde uma parte da aura protetora, digamos, da capa estilizada e afetiva de sua blindagem.

mais arte, menos enganação

A corrosão da imagem se deve, sem dúvida, à exposição ao tempo. Lula, na prática, não coube no perfil de esperança que lhe foi desenhado pela propaganda. Desmancharam-se as fantasias (ou boa parte delas). Teremos, enfim, um candidato carne e osso, sujeito a erros.

Gosto tanto de ilusões quanto de desilusões. Se uma dá graça à vida, a outra tempera com sabor real. Estou até começando a curtir este ano eleitoral.

aerólitos

“O ar é uma pele, feita de poros por onde escoa a luz,
gota por gota, como um suor solar.” [ Mia Couto ]

earth

Pensar o ar que respiramos, o céu que imaginamos, como pele, órgão de contato, interface entre o chão de nossos caminhos e o resto do universo, boa maneira de amadurecer a consciência planetária.

sabedoria primitiva

“Um quadro ensina o outro”. Esta frase, de uma simplicidade que beira o óbvio, retrata bem a atual problemática em torno da produção de conhecimentos. Transferida ao mundo digital, pode ser lida da seguinte maneira: um site ensina o outro.

Dela puxamos todo o enrosco que envolve, de um lado, os direitos autorais e a propriedade intelectual, e de outro, os códigos abertos e a cultura livre. Conhecimento, como se vê, tem autor, mas é de propriedade coletiva.

Consta que a frase é do pintor Antonio Poteiro, tido por muitos como primitivista, categoria que me parece ou mal definida ou mal nomeada. Segundo Oscar D’Ambrosio:

“Pode-se considerar o artista primitivista aquele que se caracteriza por ter a si mesmo como único padrão. Sem referências culturais que limitem a sua criatividade e sem dominar um conhecimento teórico e dogmático sobre a sua atividade, ele é um autodidata que produz as suas telas livremente.

Surgem assim artistas imersos em jornadas únicas. Cada um deles não continua uma tradição nem a rompe, pois simplesmente não estudou as vertentes anteriores, não se preocupando com as normas impostas pelas academias e críticos de arte. Seu objetivo é representar uma imagem ou pensamento sem levar em conta qualquer tipo de barreira conceitual ou técnica. O resultado, portanto, dependerá de sua sensibilidade, talento e capacidade de ser, acima de tudo, fiel a si mesmo.

Sem modelos pré-concebidos, os primitivistas (não confundir com os primitivos desenhos das cavernas da Pré-História) enfocam os temas mais variados, predominando cenas da vida cotidiana (rurais ou urbanas), geralmente com minuciosas descrições e precioso detalhismo.”

Prefiro chamar artistas desse gênero de primordiais, mas como, no caso, Antonio Poteiro está se lixando para os rótulos que lhe dão, tá tudo bem também. Enfim, para comemorar a páscoa, achei essa imagem do nosso amigo ‘primitivista’.

ceia dos descamisados

O nome da pintura é “Ceia dos Descamisados”. Bom Feriado.

Atualização do Post em 13/02/2009:

Entrevista com Antonio Poteiro ao Diário da Manhã, de Goiania.

defesa nacional

Gosto de textos que mostrem quão tacanha é minha visão sobre determinados assuntos, que desmontem conceitos tidos como ‘resolvidos’ e largados num canto qualquer da memória. Por exemplo, Defesa Nacional, para mim, sempre foi uma questão militar sem solução exatamente por ser militar.

mapa_brasil.jpgMas lendo o texto do cientista político aposentado Eliézer Rizzo de Oliveira, na edição deste mês da revista ComCiência, eis que encontro razões de sobra para trocar minhas idéias miúdas por outras mais arejadas:

“… nossos governantes e legisladores parecem acreditar que não temos problemas de defesa e segurança. O raciocínio é simples: não temos conflitos nas fronteiras (temos, sim), não participamos dos centros mundiais nem das disputas que contam no plano mundial. Portanto, o Brasil não correria riscos. Esta percepção é equivocada, pois as ameaças assumem novas formas: narcotráfico, crime organizado, a presença ineficiente do Estado em áreas rurais e urbanas, tráfico de pessoas, o poder despótico da delinqüência sobre populações que não gozam da proteção do Estado. Tais problemas devem ser incluídos no domínio da defesa nacional, cujo foco principal continua voltado para o campo internacional.”

Pois é, Defesa Nacional poderia incluir também os assaltos aos cofres públicos perpetrados acima ou mesmo dentro de nossas fronteiras geográficas, que extrapolam o campo militar mas pertencem às estratégias mais básicas de sobrevivência e progresso dos organismos, sejam eles pessoas ou um povo inteiro. Se estamos sendo roubados – ou ao menos temos essa impressão – é questão de Defesa e Segurança Nacional identificar e estancar as sangrias que nos debilitam. Não é?